Irmãos e Irmãs, iniciamos a Semana Santa com esta celebração de Ramos e da Paixão do Senhor, fazendo memória dos últimos momentos da vida de Jesus, rumo à Páscoa, nossa meta e culminância de toda esta semana. Com os ramos nas mãos, hoje também nós proclamamos que Jesus é o Messias, o ungido e por isso dizemos: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus”! (Mt 21,9). Os ramos expressam a vitória de Cristo sobre a morte, pela ressurreição e o nosso compromisso com ele, assumindo esse mesmo caminho. Nosso compromisso com Cristo se estende também com o nosso compromisso e a nossa solidariedade com os irmãos necessitados, acolhendo o pedido dele, nesta quaresma e nesta campanha da fraternidade: “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 14,16). Por isso, hoje vamos realizar a coleta da solidariedade, nosso gesto concreto desta quaresma e desta campanha da fraternidade. Deus abençoe e recompense a todos que puderem participar! Irmãos e Irmãs, a liturgia da Palavra hoje traz o Cristo na sua paixão e o seu caminho de entrega e de glorificação. Na primeira leitura, do Profeta Isaías, o servo sofredor apresentado no terceiro canto, é a imagem de Jesus, que a assume o sofrimento e a humilhação, vencendo o mal e doando a sua vida por todos. Esse servo coloca toda a sua confiança em Deus: “O Senhor Deus é o meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado” (Is 50,7). Na sua Paixão, Jesus entrega a sua vida ao Pai, culminando na cruz, quando disse: “Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 19,30). Ele é abandonado, traído, renegado: “A outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel... Desça agora da cruz! e acreditaremos nele” (Mt 27,42) Mas a narrativa da paixão, Irmãos e Irmãs, hoje nos apresenta um paradoxo diante da morte de Jesus: não foram as autoridades do sinédrio, os sumos sacerdotes, os discípulos, o povo, quem reconheceram Jesus como enviado de Deus e Salvador, mas o oficial e os soldados, romanos e pagãos que, diante daqueles fatos, disseram: “Ele era mesmo Filho de Deus” (Mt 27,54). O oficial e os soldados reconhecem que Jesus, é o Filho de Deus que devia vir a este mundo para salvar a humanidade. A segunda leitura, também faz essa proclamação, quando Paulo nesse hino cristológico, nos fala que Cristo se esvaziou de si mesmo e veio até nós, igual em tudo menos no pecado, foi obediente ao Pai, assumiu a morte de cruz, para nos resgatar do pecado e nos dar uma vida nova. E o Pai, com a sua ressureição, o exaltou, o glorificou e o constituiu Senhor sobre todas as criaturas: E quem o reconhece, o aceita e o segue, dele obtém a salvação: “Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2,11).
+ Dom Marcos José dos Santos
Bispo Diocesano de Cornélio Procópio