A atual cidade de Uraí é de 1936, nascida com o nome de Pirianito. Fazia parte de uma área de terras da Companhia Barbosa, adquirida pela Companhia Nambei Toshi Kabushiki Kaisha, que ao lotear o terreno reservou uma área de 116 alqueires para a cidade e nesta, uma área para a Igreja e a casa paroquial. Foi construída uma pequena capela de madeira na praça da matriz onde futuramente, ao seu redor seriam iniciados os alicerces para uma igreja em alvenaria. A capela recebeu como padroeira, desde o dia de seu nascer, Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem foi oferecida pelo Sr. Gil Ramos de Carvalho e esposa. A escolha da padroeira do local feita pelos fundadores da cidade em uma homenagem à fé dos brasileiros a sua padroeira.
A nova capela, nesta vila de Pirianito, era atendida pela Paróquia de Congonhinhas, cujo vigário, Frei Demétrio, vinha pessoalmente, ou mandava seus coadjutores uma vez por mês, em lombo de burro, para atender os fiéis.
Foram vários os sacerdotes que, todos os meses sob sol ou chuva, frio ou calor, percorreram montados em burros, o território da Paróquia de Congonhinhas a qual pertencia Pirianito. Nestes primeiros anos, enquanto não havia construções adequadas ao fim previsto, a Capela servia também de escola durante a semana.
Em 1942, o Padre Coadjutor, Frei Iante Zucher, estabeleceu-se em Pirianito para dar início aos preparativos para a construção da casa paroquial onde viria morar o primeiro vigário, delimitar a área para a construção da igreja e lançar sua pedra fundamental. Para hospedar-se, como não havia hotéis, morou por 3 meses na casa da família do Sr. Lino Nardin, até concluir a casa paroquial. Para lá mudou-se ficando até a chegada do vigário. A casa paroquial de madeira, foi construída em regime de mutirão pelos carpinteiro japoneses, em uma semana. A casa de madeira espaçosa ocupou um terreno a ela destinado na fundação da cidade, logo atrás da capela na qual agora funcionavam a Escola e a Igreja. Em 1943, tomou posse o primeiro pároco da paróquia. Era o Bispo na Diocese de Jacarezinho, à qual Pirianito pertencia, Dom Ernesto de Paula.
O pároco, Frei Epifânio, capuchinho, deu início aos seus trabalhos e, sob seus cuidados, tiveram início as associações religiosas: Cruzada Eucarística, Filhas de Maria, Congregados Marianos e Apostolado da Oração.
Em 1948, havia dois vigários: Frei Vital e Frei Cleto que viria soerguer as associações religiosas e dar novo incremento à construção da Igreja. Ainda em 1948, veio pra Uraí Frei Gilberto, que construiu a construção da Igreja. Um vendaval em 6 de outubro de 1949 causou muitos danos à cidade, derrubando a nave da igreja recém construída, restando da construção apenas a torre, o presbitério e as sacristias. Para atender o movimento religioso, improvisou-se uma capela de madeira ao lado da Casa Paroquial. Neste tempo, era grande a afluência dos fiéis às missas matinais, ao terço noturno, ao catecismo dominical vespertino, à comemoração do mês de maio, com visita de Nossa Senhora às casas, procissões e ofícios religiosos com pregação e benção do Santíssimo Sacramento. Era grande a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Toda primeira Sexta Feira do mês era solenizada com uma missa às zero horas, na matriz, e outra às onze horas, na Serra Morena, atual Cruzeiro do Norte, onde o padre chegava de trem. A Cruzada Eucarística contava com cerca de 120 associados e o catecismo dominical atingiu o expressivo número de 400 crianças. Verdadeiro reflorescimento espiritual! O Padre, também pensou na diversão do povo, uma diversão sadia e formativa. Fez-se com as crianças uma campanha para adquirir uma máquinas de filmes de 16 mm para passar cinema aos domingos para o povo. Jorge Takano foi incumbido de trazer os filmes e passá-los ao povo que se reunia após o catecismo, na igreja improvisada para assistir peças de entretenimento e formação.
Em meados de 1950, veio Frei Gabriel Ângelo. O novo pároco deu continuidade às obras de reconstrução da Igreja Matriz, agora com nova planta. Devido a formação dos ventos e para evitar a ação danosa e outro tufões, Frei Cleto de Masserá, autor da nova planta, imaginou dar-lhe uma forma de cruz com braços arredondados. É a planta da atual construção. Ao mesmo tempo, os sacerdote preocupados com a educação do povo, deram os primeiros passos para a fundação do Ginásio Assunção, providenciando a planta do Colégio, feito pelo Frei Luiz de Bassano, e iniciando a matricula para o Curso de admissão ao Ginásio. O nome do estabelecimento homenageava a Assunção de Nossa Senhora, cujo dogma Pio XII proclamou no dia 1 de novembro de 1950.
Em 1952 Frei Anacleto, então Vigário, fundou o jardim da infância paroquial, que passou a funcionar na construção que abrigava provisoriamente a igreja, ao lado da casa paroquia. Comprou também uma casa do Sr. João Mariotto para o futuro Colégio das Irmãs. Estas, ao chegar, receberam do Padre Vigário a casa totalmente mobiliada e equipada, tudo feito através do donativos do povo. O dinâmico sacerdote foi substituído por Frei Gerônimo de Colombo que, zelosamente, se dedicou à cura das almas e incrementou a Congregação Mariana. A casa de madeira que havia servido a Igreja, agora aumentada, abrigava a sede da Congregação Mariana e sua volumosa biblioteca.
Em 1954, Frei Cleto substituiu Frei Jeronimo no vicariato. Por este ano, o Ginásio Assunção já estava em pleno funcionamento com a segunda turma. Foi inaugurado em 1953. O colégio ministrava cultura e foi fator de união entre japoneses e brasileiros, além de ministrar a cultura religiosa que produziu frutos, formando famílias cristãs e competentes estudantes que se tornaram bons profissionais.
Em 1960, retorna Frei Gerônimo como Vigário. Tentou continuar os trabalhos apostólicos iniciados pelos seus antecessores. Em sua gestão foi construída a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, perto da Igreja, doação de Megdessian Migerdich e Verônica Megdessuan, e formado, em julho, o Círculo Católico Estrela da Manhã para fomentar as missões. Nesse tempo houve o desmembramento da Capela de Rancho Alegre. Em julho de 1962, tomou posse como Vigário Frei Tito Oliveto.
Frei Pascoal de Lange, diretor do Colégio Assunção desde 1960, continuava a obra de Frei Cleto e, na gestão do Frei Tito, continuou na direção até 1965. Frei Tito abriu nova associação religiosa: a Legião de Maria (03/05/1963), incrementou as Damas de Caridade, que reuniam no barracão da igreja os pobres, aos quais distribuíam gêneros alimentícios e lhes ensinavam trabalhos manuais leitura e escrita.
Em 08/09/1963, inaugurou a nova casa paroquial, de alvenaria, construída por Sussumo Itimura. Concluiu a igreja, começou a pôr em prática algumas normas conciliares e, em 1968, iniciou os cursos de noivos. O terceiro diretor do Ginásio Assunção, Frei Mansueto Bozic, encerrou as atividades do colégio em fevereiro de 1967 e no ano de 1968 passou a servir como Pré-Seminário dos Padres Capuchinhos, sob o nome de Seminário Assunção. Para inaugurá-lo, esteve presente o Reverendíssimo Padre Superior Geral dos Capuchinhos, Frei Giusto, vindo da Itália.
No ano de 1969, Frei Leão substituiu Frei Tito. Em 1970, chegou o novo vigário, Frei Daniel Hainzen, que continuou a atualização da paróquia às normas conciliares.
Após isso muitos outros freis passaram pela paróquia, e o legado dos mesmos foi expressivo na história da comunidade. Muito outros empreendimentos foram executados pelos freis, tais como capelas e centros pastorais.
Em 1994, toma posse o primeiro pároco diocesano, Padre Antenor Pedro Lançoni. Frei Jorge orientou as gestões para que o ex-Seminário passasse para a Cúria Diocesana, o que foi concretizado em 1994. Encerrou-se com Frei Jorge Tessaro uma etapa na vida religiosa de Uraí, “o período do Franciscanos”, que se iniciou no alvorecer de Uraí e terminou em 1994, no dia de Corpus Christi (02/06). Em 12/12 iniciou-se nova etapa evangelizadora com a posse do Padre Antenor Lançoni. Esse mesmo com especial zelo continuou as obras evangelizadoras e os empreendimentos na paróquia. Atualmente o pároco é o Padre Eneas Meado da Cruz.
FONTE: EMÍLIA RAMOS DE OLIVEIRA, Uraí: Nossa Terra, Nossa Gente Lembranças do Nascer Religioso. (Adaptado).
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